quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Última Flor

Hoje, meus amigos,
Vou lhes contar a história
De um inocente coração
Que cansado das dores desse mundo,
Decidiu partir.

"Não mais perturbarei ninguém
Com minha delicada tristeza
Esta é a última flor que deixo a vocês,
Meus tão amados amigos.
A minha carta de adeus."

O vento trazia a manhã,
O sol clareava o céu,
Com uma tonalidade entre rosa e laranja.
Ninguém imaginava que aquele dia,
Aparentemente lindo e tranquilo,
Seria o fim de uma triste,
Porém mais humana, vida.

"Não vejo mais o mundo como um lar
As pessoas que aqui habitam
Carregam em seus corações
O ódio e o preconceito.
Onde está o amor?
Não creio que tão belo sentimento
Tenha se extinguido do mundo."

Nascido da pureza
E esta carregava
Em seus mais íntimos sentimentos.
Sempre procurava ver a beleza,
Em cada pétala de rosa,
Porém as pessoas
Insistiam em feri-lo.

"Nos meus poucos anos de vida
Sempre esperancei por uma melhora nas pessoas
Uma nova consciência,
Um pouco mais de respeito
E uma boa dose de sentimentos.
Porém, a cada dia,
Tinha minha esperança açoitada,
E, com ela,
Também o meu coração."

A beleza se encontrava
Predominantemente em seres irracionais
Era o que ele dizia,
Pois estes eram incapazes
De julgar um semelhante
Por qualquer motivo que seja.
Mundo, onde fomos parar?
Quando não nos atacamos belicamente,
Destruímos o próximo psicologicamente.

"Meu coração não vê mais motivos
Para continuar pulsando.
Deste mundo mal-habitado,
Quero partir.
Embora desiludido,
Ainda tenho a esperança,
De que as pessoas se amem
Pelo que são."

Um dia as pessoas perceberão
Que cada pessoa possui
Muito mais internamente do que externamente,
Por mais rica ou pobre que ela seja.
E é o interno que a define como humana,
Não os seus bens ou a sua aparência.
O interno...
A essência se encontra no interno.

"Com vocês deixo a minha última lágrima,
Meus amigos.
Sinto ter de abandoná-los,
Porém não chorem por minha falta
E sim sorriam ao se lembrarem de mim.
O que está indo é meu corpo,
Mas a minha essência,
E todos os nossos momentos juntos,
Permanecerão vivos dentro de cada um de vocês.
Eu vos amo."

Assim ele partiu.
Um coração nobre
Morto pela dor.

"Olhem as flores,
Tão suaves quanto a melodia de um piano
Não são belas?
Oh, meu amor... meu secreto amor,
Para você,
Deixo meu mais sereno abraço,
Meu melhor sorriso,
E meu mais doce beijo."

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Arte


Tem dias que as ideias simplesmente fluem se combinando com os sentimentos, e fica fácil escrever. Tem dias que você olha para o papel e não consegue rabiscar nada, por mais que o peito peça para desabafar. Já ouvi várias vezes dizerem que a tristeza faz arte. Observando os meus escritos, posso dizer que isso tem sua parte de verdade, uma vez que muitos deles foram escritos em caso de extrema dor.
Todos tem seu estilo de escrever: uns preferem produzir textos, outros poesias; mas no fim, todos acabam se expressando de alguma forma. É magnífico o grandioso poder das palavras, capaz de traduzir muitos de nossos sentimentos e aliviar muitas de nossas preocupações. Todos esses benefícios em troca de que? De um momento que você se dedica a “conversar” com o papel. 
E é exatamente isso que vem a ser a arte de escrever. Um momento que você para, conversa consigo mesmo e depois passa tudo para o papel. Não é necessário muita habilidade, nem um dom. O necessário, na arte das palavras, é ouvir seu próprio coração bater e traduzir sua linguagem a todos que o quiserem ler.

domingo, 19 de agosto de 2012

A Sensação de Realidade

Uma vez, eu tive um sonho. O mais agradável de todos. 
A inocência veio até mim e, com sua suave voz, pediu-me para beijá-la. Não estava acreditando ser um sonho, pois eu conseguia sentir cada sensação muito forte dentro de mim. Por um momento, o meu eu que estava no sonho era o eu que tinha vida. O eu que estava deitado com a cabeça no travesseiro, adormecido, apenas capturava cada sensação.
Era real! Eu conseguia sentir os gostosos e costumeiros arrepios de cada abraço. Na verdade, o sonho estava sendo um momento que eu sempre quis. Porém, mesmo nesse maravilhoso espetáculo que se passava no meu subconsciente, o meu eu com vida não acreditava que aquilo estava acontecendo, era simplesmente maravilhoso de mais, e meu coração não conseguia se controlar.
Foi então que eu comecei a sentir seu doce hálito a falar comigo, seus braços macios a me abraçar, sua pele se encostando na minha, e aqueles lindos lábios que eu, respeitosamente, tanto desejava, a tocar os meus. Meu coração cantava! Eu não conseguia explicar o que estava sentindo!
Na hora, eu acordei.

Sonhos

Acredito muito nos sonhos. Talvez sejam eles mensagens já captadas pelo nosso subconsciente e que, muitas vezes, nosso consciente, sempre racional e cego para algumas verdades, ainda não conseguiu captar.
Interessante e belo fenômeno da mente. Algumas vezes capaz de nos trazer suspiros alegres ao acordar, mas tem vezes que nos faz despertar desesperadamente.
Não seriam os sonhos o cenário da nossa alma? O cenário do teatro dessa magnífica essência, a alma, que nos liberta ou nos leva a loucura. O grande espetáculo comandado por desejos, sentimentos dos mais belos e dos mais obscuros. Fantástico o funcionamento da mente, que pacientemente espera o corpo adormecer e o consciente se "desligar" de todos os problemas, para dar inicio a grande e fantasiosa peça teatral.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Saudade

Saudade... de fato, um sentimento engraçado e chato. Sim, é engraçado a intensidade com a qual esse sentimento vem me assombrando ultimamente e chato pela dor que está me causando.
É visível que preciso tirar isso do meu peito, mas ao mesmo tempo eu me pergunto: já não lutei com todas as forças possíveis para que isso fosse embora? Eu lutei, e sei como lutei. Esse sentimento veio chegando de uma maneira sorrateira e, sem mais nem menos, se apropriou de mim.
Talvez, segundo a visão de determinados autores e filósofos, a saudade tenha o mesmo papel da mulher: com suas garras, tenta escravizar o homem. É claro que eu não compartilho de mesma opinião, mas são notáveis as "garras" e as "consequências" que isso está trazendo.
Em minha explicação para a saudade, ela surge de momentos que se tornam eternos dentro de nós e, como disse sabiamente Drummond, um momento não precisa ser pra sempre para ser eterno. E foi exatamente assim que aconteceu: a saudade surgiu de um momento perfeito que se eternizou dentro de mim.

sábado, 2 de junho de 2012

The Broken Heart

Lentamente ao anoitecer
Um coração será partido
Cobiçado pela ternura do amor
Antes de morrer não correspondido
Sem mais motivos para viver
Agora decide morrer
Batimentos já não há mais
Ruídos leves apenas lembram a dor um dia sofrida
E agora não há mais o que fazer
Uma vez que a dor insiste em me fazer morrer.